28/10/2009

Oxalá


Orixá associado à criação do mundo e da espécie humana. Apresenta-se de duas maneiras: moço – chamado Oxaguiam, e velho – chamado Oxalufam.

O símbolo do primeiro é uma idá (espada), o do segundo é uma espécie de cajado em metal, chamado ôpá xôrô.

A cor de Oxaguiam é o branco levemente mesclado com azul, do de Oxalufam é somente branco. O dia consagrado para ambos é a sexta-feira.

Sua saudação é ÈPA BÀBÁ ! Oxalá é considerado e cultuado como o maior e mais respeitado de todos os Orixás do Panteão Africano.

Simboliza a paz é o pai maior nas nossas nações na Religião Africana. É calmo, sereno, pacificador, é o criador, portanto respeitado por todos os Orixás e todas as nações. A Oxalá pertence os olhos que vêem tudo.

ARQUÉTIPO DOS FILHOS DE OXALÁ
As pessoas de Oxalá são calmas, responsáveis, reservadas e de muita confiança. Seus ideais são levados até o fim, mesmo, mesmo que todas as pessoas sejam contrárias a suas opiniões e projetos. Gostam de dominar e liderar as pessoas. São muito dedicados, caprichosos, mantendo tudo sempre bonito, limpo, com beleza e carinho. Respeitam a todos mas exigem ser respeitados.

OXALÁ - LENDA
Olodumaré entregou a Oxalá o saco da criação para que ele criasse o mundo. Porém essa missão não lhe dava o direito de deixar de cumprir algumas obrigações para outros Orixás e Exu, aos quais ele deveria fazer alguns sacrifícios e oferendas.

Oxalá pôs a caminho apoiado em um grande cajado, o Paxorô. No momento em que deveria ultrapassar a porta do além, encontrou-se com Exu que, descontente porque Oxalá se negara a fazer suas oferendas, resolveu vingar-se provocando em Oxalá uma sede intensa. Oxalá não teve outro recurso senão o de furar a casca de um tronco de um dendezeiro para saciar a sua sede.

Era o vinho de palma o qual Oxalá bebeu intensamente, ficou bêbado, não sabia onde estava e caiu adormecido. Apareceu então Olófin Odùduà que vendo o grande Orixá adormecido roubou-lhe o saco da criação e em seguida foi a procura de Olodumaré, para mostrar o que teria achado e contar em que estado Oxalá se encontrava.

Olodumaré disse então que “se ele esta neste estado vá você a Odùduà, vá você criar o mundo”. Odùduà foi então em busca da criação e encontrou um universo de água, e aí deixou cair do saco o que estava dentro, era terra. Formou-se então um montinho que ultrapassou a superfície das águas.

Então ele colocou a galinha cujos pés tinham cinco garras. Ela começou a arranhar e a espalhar a terra sobre a superfície da água, onde ciscava cobria a água, e a terra foi alargando cada vez mais, o que em Ioruba se diz IlE`nfê expressão que deu origem ao nome da cidade Ilê Ifê.

Odùduà ali se estabeleceu, seguido pelos outros Orixás e tornou-se assim rei da terra.

Quando Oxalá acordou, não encontrou mais o saco da criação. Despeitado, procurou Olodumaré, que por sua vez proibiu, como castigo a Oxalá e toda sua família, de beber vinho de palma e de usar azeite de dendê. Mas como consolo lhe deu a tarefa de modelar no barro o corpo dos seres humanos nos quais ele, Olodumaré insuflaria a vida.


OXALÁ
Um dia Oxalufam, que vivia com seu filho Oxaguiam, velho e curvado por sua idade avançada, resolveu viajar a Oyó em visita a Xangô, seu outro filho. Foi consultar um babalaô para saber acerca da viagem. O adivinho recomendou-lhe não seguir viagem. Ela seria desastrosa e acabaria mal.

Mesmo assim, Oxalufam, por teimosia, resolveu não renunciar à sua decisão. O adivinho aconselhou-o então a levar consigo três panos brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa, assim como a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e não reclamar de nada, acontecesse o que acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.

Em sua caminhada, Oxalufam encontrou Exú três vezes. Três vezes Exú solicitou ajuda ao velho rei para carregar seu fardo, que acabava derrubando em cima de Oxalufam. Três vezes Oxalufam ajudou Exú, carregando seus fardos imundos. E por três vezes Exú fez Oxalufam sujar-se de azeite de dendê, de carvão, de caroço de dendê.

Três vezes Oxalufam ajudou Exú. Três vezes suportou calado as armadilhas de Exú. Três vezes foi Oxalufam ao rio mais próximo lavar-se e trocar suas vestes. Finalmente chegou a Oyó. Na entrada da cidade viu um cavalo perdido, que ele reconheceu como o cavalo que havia presenteado a Xangô.

Tentou amansar o animal para amarrá-lo e devolvê-lo ao filho. Mas neste momento chegaram alguns súditos do rei à procura do animal perdido. Viram Oxalufam com o cavalo e pensaram tratar-se do ladrão do animal. Maltrataram e prenderam Oxalufam. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro.

Mas, por estar um inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca. As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. Xangô desesperado, procurou um babalaô que consultou Ifá, descobrindo que um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera.

Xangô correu para a prisão. Para seu espanto, o velho prisioneiro era Oxalufam. Xangô ordenou que trouxessem água do rio para lavar o rei. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a Oxalufam. Xangô vestiu-se também de branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalá e todo o povo saudava Xangô. Depois Oxalufam voltou para casa e Oxaguiam ofereceu um grande banquete em celebração pelo retorno do pai.

Yemojá




Seu nome significa a mãe dos filhos-peixe. Originária do rio ogum, em Abeokutá, Nigéria, tem seus domínios nas profundezas das águas, de onde emerge para atender seus devotos, principalmente as mulheres que atribuem a elas poderes que favorecem a fertilidade e a fecundidade. É maternal, sempre pronta para amamentar as crianças sob seu domínio. Mas também sabe ser delicada, mantendo-se de espada em punho para defender seus filhos.

Arquétipos:
São autoritários e persistentes em relação aos filhos, são preocupados, responsáveis e decididos. São amigos e protetores e chegam as vezes, quando mulheres, a se comportarem como super mães. São agressivos e até traiçoeiros, quando a segurança dos filhos e da família está em jogo;'são faladores, não gostam da solidão.

Lendas:
Filha de Olokum, deusa do mar, Yemanjá era casada com Olófim Oduduá com quem tinha dez filhos orixás. Por amamentá-los, ficou com seios enormes. Impaciente e cansada de morar na cidade de Ifé, ela saiu em rumo oeste, e conheceu o rei Okerê; logo se apaixonaram e casaram-se. Envergonhada de seus seios, Yemanjá pediu ao esposo que nunca a ridiculariza-se por isso. Ele concordou; porem, um dia, embriagou-se e começou a gracejar sobre os enormes seios da esposa. Entristecida, Yemanjá fugiu.
Desde menina, trazia num pote uma poção, que o pai lhe dera para casos de perigo. Durante a fuga, Yemanjá caiu quebrando o pote' a poção transformou-a num rio cujo leito seguia em direção ao mar.
Ante o ocorrido, Okerê, que não queria perder a esposa, transformou-se numa montanha para barrar o curso das águas. Yemanjá pediu ajuda ao filho Xangô, e este, com um raio, partiu a montanha no meio; o rio seguiu para o oceano e, dessa forma, a orixá tornou-se a rainha do mar.

Osun




Osun dona das águas doces, da riqueza, da beleza e do amor, Osun é a tutelar do rio Osun, que nasce em Ekití, no leste da Nigéria, e passa pela cidade de Oshogbo, onde se localiza o primeiro santuário desse importante orixá Rainha de todos os rios e exerce seu poder sobre toda a água doce, sem a qual a vida na terra seria impossível.Dona do ouro, e de todas as ligas metálicas douradas, como o latão e o cobre o metal mais precioso do país Yorubá nos tempos antigos, seus filhos usam braceletes refulgentes como insígnia e dançam segurando um leque ou uma espada feitos principalmente de cobre amarelo fundido.
Osun é, a Vênus dos irorubás, famosa por sua beleza e por seu grande cuidado com a aparência.Alta, de seios belíssimos, é descrita como divindade que gosta muito de se banhar. Senhora da fertilidade, e do parto, cuida dos recém-nascidos, lavando-os com suas águas e folhas refrescantes.É a madrinha da procriação e da gestação evitando abortos e complicaçôes durante a gravidez. que toma sob sua proteção todos os seres humanos desde a concepção até que comecem a falar e adquirir conhecimento. Jovem e bela mãe, mantém suas características de adolescente.

Cheia de paixão, busca ardorosamente o prazer. Coquete e vaidosa, é a mais bela das divindades e a própria malícia da mulher-menina. É sensual e exibicionista, consciente de sua rara beleza, e se utiliza desses atributos com jeito e carinho para seduzir as pessoas e conseguir seus objetivos.

Quando Orumilá estava criando o mundo, escolheu Osun para ser a protetora das crianças. Ela deveria zelar pelos pequeninos desde o momento da concepção, ainda no ventre materno, ate que pudessem usar o raciocínio e se expressar em algum idioma. Por isso, Osun é considerada o orixá da fertilidade e da maternidade.
Por sua beleza, Osun também é tida como a deusa da vaidade, sendo vista como uma orixá jovem e bonita, mirando-se em seus espelhos e abanando-se com seu leque (abebê ).

Arquétipos:
São pessoas graciosas e elegantes, com paixão pelas jóias, perfumes e vestimentas caras. São o símbolo do charme e da beleza. Voluptuosos e sensuais. Sob a aparência graciosa e sedutora, escondem uma vontade muito forte e um grande desejo de ascensão social.

Lendas:
Segunda esposa de Sangô, considerada a mais bela de todas, teria sido presa pelo marido ciumento na torre do castelo que habitavam. Passando por ali, exu ouviu o choro de oxum e quis saber qual a razão de sua tristeza. Após ouvir a história, pediu a Orumilá que intercedesse por ela. Este assim o fez, espalhando sobre a bela oxum um pó mágico que a transformou em pomba, possibilitando a fuga. Por isso, nos cultos a Osun, a pomba é considerada um animal sagrado.

Ibeji



Os gêmeos (Ibeji, entre os yorubas, e Hoho, entre os fon) são objetos de um culto. Não são nem Orixá e nem Vodun, mas o lado extraordinário desses duplos nascimentos é uma prova viva do princípio da dualidade e confirma que existe neles uma parcela do sobrenatural, a qual recai, em parte, na criança que vem ao mundo depois deles.
Recomenda-se tratar os gêmeos de maneira sempre igual e de compartilhar com muitas eqüidade tudo o que lhes for oferecido. As precauções rituais postas em prática para assegurar a sobrevida dos gêmeos e a delimitação da desordem que eles provocam revelam a presença constante desta multiplicação. Na Nigéria, se um dos gêmeos morre, manda-se esculpir uma estatueta que o representa, vestem-na e tratam como uma criança viva. Por ocasião da morte da mãe, caberá ao gêmeo sobrevivente, ao chegar à idade adulta, cuidará sempre de oferecer à efígie do irmão uma parte daquilo que ele come e bebe. Os gêmeos são, para os pais, uma garantia de sorte e de fortuna.
No Brasil quase só se encontra essas estatuetas nos terreiros veneráveis ou em um ou outro museu, mas, através do processo de interpretação desencadeado pela imposição do catolicismo geralmente descrito sob o nome um pouco abusivo de "sincretismo", o culto do Ibeji se exprime através da devoção aos santos católicos Cosme e Damião. Em todos os templos dos cultos afro-brasileiros podem-se ver as estátuas desses dois santos, acompanhados algumas vezes de um terceiro, menor, Crispim, a tal ponto que a devoção popular acaba dirigindo-se a dois casais de gêmeos, Cosme e Damião e Crispim e Crispiniano. A influência das concepções africanas relativas à existência dos gêmeos parece preponderante, nesse caso.
A devoção ibérica aos anárgiros Cosme e Damião, cuja santidade curava mais seguramente que os remédios, veio, muito a propósito, ao encontro do culto aos Ibejis, com os quais eles se confundem na prática popular, a tal ponto que muita gente , que jamais freqüentaria um templo afro-brasileiro, faz, para obter uma graça, a promessa de oferecer balas e todo tipo de guloseimas, durante vários anos consecutivos, a todas as crianças que se apresentarem à sua porta, no dia 27 de setembro, quando se comemora o aniversário dos santos médicos.
As semanas que precedem o dia 27 de setembro, quando eles aniversariam, são marcadas, na Bahia, como também, na casa de Pai Celso de Oxalá, por festividades muito alegres, durante as quais os pratos preferidos dos Ibejis, o caruru (quiabos refogados com azeite de dendê) servido em grande gamela de madeira, colocada no chão, em cima de uma esteira. O ritual exige que as crianças comam o caruru com os dedos, a tal ponto que todas acabam se lambuzando alegremente. Os nomes dados aos gêmeos são Taiwo (Ti-aye-wo, para experimentar o mundo) e Kainde (kéhin-de, vir atrás). Algumas vezes eles recebem os nomes de Edon e Akoron e a criança que nasce depois deles é chamada Idowu.

Iroko


Iroko é um Orixá pouco cultuado no Brasil; Seus filhos também são raros.
Iroko vive na mais suntuosa árvore que há numa roça de candomblé' e também nas matas.
Representa a ancestralidade, nossos antepassados, pais, avós, bisavós, tataravôs. Representa também o seio da natureza, morada dos orixás...
Desrespeitar iroko, (grande e suntuosa árvore ) é desrespeitar sua dinastia, seus avós, seu sangue...
Iroko representa a história do ylé, assim como, de seu povo...
Protegendo sempre o mesmo das tempestades.
Iroko protege muito seus filhos...

Arquétipos:
Eloqüentes, ciumentos, camaradas, inteligentes, competentes, teimosos, turrões e generosos. Gostam de diversão: dançar e cozinhar; comer e beber bem.
Se apaixona com facilidade, assim como gostam de liderar.
Dotados de senso de justiça, são amigos queridos e inimigos terríveis. Porem se reconciliam facilmente. Não conseguem guardar segredos.

Lendas:
QUEM PROMETE A IROCO DEVE CUMPRIR.
Havia uma vendedora de obis e orobôs que todos os dias, ao ir para o mercado, passava por um grande pé de iroco e lhe deixava uma oferenda, pedindo que ajudasse a engravidar, assim mais tarde, teria alguém para ajudá-la com a mercadoria que carregava na cabeça num pesado balaio e, também companhia na velhice.
Prometia a Iroco um bode, galos, obis, orobos e uma série de oferendas da predileção do Orixá da Arvore.
A mulher concebeu e deu a luz a uma filha, esquecendo-se da promessa no mesmo instante. Ao ir para o mercado, escolhia outro caminho, esquivando-se de passar perto de Iroco, com medo que o Orixá cobrasse a promessa.
A menina cresceu, forte e sadia e, um dia a mulher teve necessidade de passar, com a filha, perto de Iroco.
Não tinha outro jeito se não por ali. Saudou a arvore, sem se deter, e seguiu seu caminho, com o balaio na cabeça.
A criança parou junto a quem lhe tinha dado a vida (sem de nada saber), achando Iroco belo e majestoso.
Apanhou uma folha caída no chão e não se deu conta que a mãe seguia em frente, andando mais depressa que de costume, quase correndo. Quando a mulher percebeu que tinha caminhado ligeiro demais, já estava muito afastada da menina.
Olhando para trás. Viu a arvore bailando com a criança e falando da promessa abandonada. As enormes raízes abriram um buraco na terra, suficientemente grande para tragar a menina, propriedade do orixá.
"Quem prometer, que cumpra".


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Ososi

Senhor das florestas seu habitat natural, onde vive e caça. É a divindade da harmonia e do equilíbrio ecológico, protege os caçadores e a caça ao mesmo tempo, não permite a caça predatória. Aceita somente a busca do alimento.
Está associado com a vida ao ar livre e com os elementos da natureza.
Como bom caçador, é solitário e individualista. Mas não dispensa das pessoas no convívio social. E nunca vive sem um grande amor.
Arquétipos:
Solitários, no trabalho exigem silêncio e concentração.
Observadores e joviais, ágeis e espertos, estão sempre atentos.
Seus objetivos estão em primeiro lugar, são lideres e independentes ao mesmo tempo que são pacientes com as pessoas, são rápidos e espontâneos nas ações.
Comunicativos e ordeiros, amantes e sonhadores, no fundo são pessoas românticas e vaidosas, que passam por esnobes e exibicionistas e que necessitam do convívio social para exercitar suas qualidades de liderança.
Lendas
A cada ano, apos a colheita, o rei de ijexá saudava a abundância de alimentos com uma festa, oferecendo a população inhame, milho e côco. O rei comemorava com sua família e seus súditos; só as feiticeiras não eram convidadas.
Furiosas com a desconsideração, enviaram a festa um pássaro gigante que pousou no teto do palácio, encobrindo-o e impedindo que a cerimônia fosse realizada.
O rei mandou chamar os melhores caçadores da cidade. O primeiro tinha vinte flechas. Ele lançou todas elas, mas nenhuma acertou o grande pássaro. Então o rei aborreceu-se, mas mandou-o embora.
Um segundo caçador se apresentou, este com quarenta flechas; o fato repetiu-se novamente e o rei mandou prendê-lo.
Bem próximo dali vivia oxóssi, um jovem que costumava caçar à noite, antes do sol nascer; ele usava apenas uma flecha vermelha. O rei mandou chamá-lo para dar fim ao pássaro. Sabendo da punição imposta aos outros caçadores, a mãe de oxóssi, temendo pela vida do filho, consultou um babalaô que aconselhou que se fosse feita uma oferenda para as feiticeiras, ele teria sucesso.
A oferenda consistia em sacrificar uma galinha e na hora da entrega dizer três vezes: que o peito do pássaro receba esta oferenda ! Nesse exato momento, oxóssi deveria atirar sua única flecha. E assim o fez, acertando o pássaro bem no peito. O povo então gritava: oxó wussi, (oxó é popular) passando a ser conhecido por oxóssi. O rei, agradecido pelo feito, deu ao caçador metade de sua riqueza e a cidade de ketu, "terra dos panos vermelhos", onde oxóssi governou ate sua morte, tornando-se depois um orixá

Yewá


Yewá é o orixá da alegria, do belo, dos cantos, da vida e das belezas que a vida nos da. Yewá é quem rege todas as mutações, seja elas orgânicas ou inorgânicas; é o orixá responsável pela mudança das águas, de seu estado sólido para gasoso ou vice-versa. Ela é quem gera as nuvens e chuvas: quando olhamos para o céu e vemos as nuvens formando figuras pois ali esta Yewá, dando diferentes forma. Yewá é responsável pelo ciclo interminável de transformação da água em seu diversos estados. Ela esta ligada às mutações dos vegetais e animais; ela esta ligada às mudanças e transformações, seja brusca ou lentas; Yewá é o desabrochar de um botão de rosa, ela é uma lagarta que se transforma em borboleta, ela é a água que vira gelo e o gelo que vira água, ela quem faz e desfaz. Yewá é a própria beleza contida naquilo que tem vida é o som que encanta, é a alegria, é a transformação do mal para o bem: enfim Yewá é a vida.

Arquétipo
Os regidos pôr Yewá são pessoas extremamente alegres, adoram cantar, dançar e aproveitar no máximo tudo que a vida pode lhes oferecer de bom. São pessoas generosas e bondosas, adoram novidades, são criativas. Porem um pouco volúveis e facilmente mudam de opinião e pensamentos, principalmente com um assunto novo em sua vida. São pessoas que estão sempre modificando as coisa e situações, pois detestam rotina. Além disso são geralmente pessoas dotadas de muita beleza, externa e interna.

Lenda
Yewá era caçadora de grande beleza, que cegava com veneno quem se atrevesse a olhar para ela. Yewá casou com Omulu, que logo demonstrou ser marido ciumento. Um dia, envenenado pôr seu ciúme doentio, Omolu desconfiou da fidelidade da mulher e a prendeu em um formigueiro. As formigas picaram Yewá quase até a morte; e ela ficou deformada e feia. Para esconder sua deformação, sua feiúra, Omolu então a cobriu com palha-da-costa vermelha. Assim todos se lembrariam ainda como Yewá tinha sido uma caçadora de grande beleza.

Obá


Oba, rio revolto;
Oba, mística e idosa; com bons costumes, porém grosseira.
Oba, mulher valente; orixá de uma orelha só.
Oba quando em fúria transborda, agita-se;
Oba é a senhora da sociedade elekoo, porém no brasil esta sociedade está muito restrita, sendo assim , esta sociedade passou a cultuar egungun. Deste modo, obaé a senhora da sociedade lesse-orixa. Ela é uma das três esposa de xangô. Oxum aconselhou a ela que retirasse uma das orelhas para dar a xangô em um prato de caruru, ela o fez, quando viu que oxum não tinha feito isso antes, evocou-se e as duas brigaram, xangô em sua ira as expulsou do reino, transformando-as em dois rios.
Tudo relacionado a oba é envolto em um clima de mistérios.
Oba e ewa são semelhante e ambas possuem oro omi osun. Ela usa ofá (arco e flecha) assim como ewa e ambas possuem relacão com odé.

Arquétipos:
São pessoas envolventes, sedutoras, de temperamento forte, agressivas e objetivas.

Nanã


Nanã proprietária de um cajado. Nanã salpicada de vermelho, suas roupas parecem banhadas em sangue, orixá que obriga o fon a falar nagô (ketu). Água parada que mata derrepente, ela mata uma cabra sem usar faca.
É considerada "orixá mais antigo do mundo". Quando orumilá chegou aqui para frutificar a terra, ela já estava. Nanã desconhece o ferro por trata-se de um orixá da pré-história, anterior a idade do ferro. O termo nanã significa raiz, aquela que se encontra no centro da terra.
Arquétipos:
São conservadores e presos aos padrões convencionais estabelecidos pelos homens. Calmos, as vezes mudam rapidamente de comportamento, tornando-se guerreiros e agressivos; quando então, podem ser perigosos, o que assusta as pessoas. Levam seu ponto de vista ás últimas conseqüências. Quando mãe, são apegadas aos filhos e muito protetoras. São ciumentas e possessivas. Exigem atenção e respeito, são pouco alegre e não gostam de muita brincadeiras.
São majestosos e seguros nas ações e procuram sempre o caminho da sabedoria e da justiça.
Lendas:
Nanã era esposa de ogum e ocupava o cargo de juíza no daomé. Só julgava os homens, sendo muito respeitada pelas mulheres que eram consideradas deusas.
Ela morava numa bela casa com jardim. Quando alguém apresentava alguma reclamação sobre seu marido, ela amarrava a pessoa numa arvore e pediu aos eguns para assustá-la.
Certa noite, yansan reclamou de ogum e ele foi amarrado no jardim. A noite, conseguiu escapulir e foi falar com ifá. A situação não podia continuar e, assim, ficou acertado que oxalá tiraria os poderes de nanã. Ele se aproximou e ofereceu a ela suco de igbin, um tipo de caramujo. Ao beber o preparado, nanã adormeceu. Oxalá então vestiu-se de mulher e, imitando o jeito de nanã, pediu aos eguns que fossem embora de seu jardim para sempre.
Quando nanã acordou e percebeu o que oxalá tinha feito, obrigou-o a tomar o mesmo preparado de igbin e seduziu o orixá. Oxalá saiu correndo e contou para ogum o que havia acontecido. Indignado, este cortou relações com nanã. E é por isso que nas oferendas a nanã não é usado nenhum objeto de metal.
Uma outra lenda registra que, numa reunião, os orixás aclamaram ogum como o mais importante deles e que nanã, não se conformando em ser derrotada por ele, assumiu que não mais usaria os utensílios de metal criados pelo orixá guerreiro (escudos e lanças de guerra, facas e setas para caça e pesca). Por isso, que ela não aceita oferendas em que apresentem objetos de metal.

Obaluayiê



Obaoluwaye ou Omolu (os nomes se referem a fases da vida do Deus, mais jovem ou mais velho), é a energia que rege as pestes como a varíola, sarampo, catapora e outras doenças de pele. Ele representa o ponto de contato do homem (físico) com o mundo (a terra), a interface pele/ar, a aparência das coisas estranhas e a relação com elas. Ele também rege as doenças transmissíveis em geral. No aspecto positivo, ele rege ainda a cura, através da morte e do renascimento.
Diz o mito que Obaoluwaye é filho de Nanã (a lama primordial de que foram feitas as cabeças -oris- humanas) e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos. Ao ver o filho feio e malformado, coberto de varíola, Nanã o abandonou à beira do mar, para que a maré cheia o levasse.
Iemanjá o encontrou quase morto e muito mordido pelos peixes, e tendo ficado com muita pena, cuidou dele até que ficasse curado. No entanto Obaoluwaye ficou marcado por cicatrizes em todo o corpo, e eram tão feias que o obrigavam a cobrir-se inteiramente com palhas. Não se via de Obaoluwaye senão suas pernas e braços, onde não fora tão atingido.
Aprendeu com Iemanjá e Oxalá como curar estas graves doenças. Assim cresceObaoluwaye, sempre coberto por palhas, escondendo-se das pessoas, taciturno e compenetrado, sempre sério e até mal-humorado.
Um dia, caminhando pelo mundo, sentiu fome e pediu às pessoas de uma aldeia por onde passava que lhe dessem comida e água. Mas as pessoas, assustadas com o homem coberto com palhas desde a cabeça, expulsaram-no da aldeia e não lhe deram nada.
Obaluaye, triste e angustiado saiu do povoado e continuou pelos arredores, observando as pessoas.
Durante este tempo os dias esquentaram, o sol queimou as plantações, as mulheres ficaram estéreis, as crianças cheias de varíola e os homens doentes. Acreditando que o desconhecido coberto de palha amaldiçoara o lugar, imploraram seu perdão e pediram que ele novamente pisasse na terra seca.
Ainda com fome e sede, Obaoluwaye atendeu ao pedido dos moradores do lugar e novamente entrou na aldeia, fazendo com que todo o mal acabasse. Então homens o alimentaram e lhe deram de beber, rendendo-lhe muitas homenagens.
Foi quando Obaoluwaye disse que jamais negassem alimento e água a quem quer fosse, tivesse a aparência que tivesse. E seguiu seu caminho. Chegando à sua terra, encontrou uma imensa festa dos Orixás. Como não se sentia bem entrando numa festa coberto de palhas, ficou observando pelas frestas da casa. Foi quando Iansã, a Deusa dos Ventos, o viu nesta situação e com seus ventos levantou as palhas, deixando que todos vissem um belo homem, já sem nenhuma marca, forte, cheio de energia e virilidade E dançou com ele pela noite adentro. A partir deste dia, Obaoluwaye e Iansã-Balé uniram-se contra o poder da morte, das doenças e dos espíritos dos mortos, evitando que desgraças aconteçam aos homens.

Este mito nos mostra que o mal existe, que ele pode ser curado, mas principalmente que é preciso ter consciência do momento em que ele terminou, sabendo recomeçar após um violento sofrimento.

Obaluwaye rege também a força da terra (herdado de sua filiação a Nanã), a umidade dela (por sua adoção por Iemanjá) e as doenças das plantações.
Cor: preto, vermelho e branco
Símbolo: xaxará (um tubo de palha trançada com sementes mágicas e segredos dentro)
Dia da semana: segunda-feira
Comida: pipoca e efó
Saudação: Atotô!
Personalidade dos Filhos de Obaoluwaye
Aspectos positivos:
Sério, honesto, econômico, responsável, curador, solidário, verdadeiro, amigo, corajoso.

Aspectos negativos:
Ranzinza, taciturno, pessimista, inseguro, vingativo.
Nunca estão totalmente satisfeitos, sempre querem mais...
Mesmo quando acham que tudo está contra eles, persistem em seus propósitos.
para os filhos de obaoluwaiyê importam os fins, não os meios. Aparentemente fortes, são na verdade frágeis e volúveis e, se sujeitam a rígidas disciplinas e regras morais.

Logun-Edé


Osanyin, divindade das fôlhas medicinais e liturgias.
Detentor do axé (força, poder, vitalidade). Dono do segredo "awo" das fôlhas "ewe".

Sua importância é tão fundamental, que nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença.
Osanyin era o filho caçula de Yemanjá e Oxalá e, desde pequeno, vivia no mato. Tinha uma habilidade especial para tratar qualquer doença, por isso viajava pelo mundo inteiro, sendo sempre recebido com carinho pelo rei de cada tribo.

Ele recebeu de Olodumaré o segredo "awo" das fôlhas; assim, sabia qual delas curava doenças, trazia vigor ou deixava as pessoas mais calmas.
Os outros orixás invejavam o irmão, pois não tinham esse poder e dependiam de Osanyin para ter sucesso. Ele cobrava por qualquer trabalho, aceitando mel, fumo e cachaça como pagamento pelas curas que realizava.

Sangô, que era temperamental, não admitia depender dos serviços de Osanyin, e por isso pediu a sua esposa Yansã (Oya), orixá que domina os ventos, para que as fôlhas voassem em direção a todos os orixás, para que cada qual exercesse domínio sobre uma delas. Em meio a ventania,

Osanyin repetia sem parar: "Ewe, ewe assa!", que significa "oh, folhas!". E com esse tipo de reza, embora cada orixá tenha se apossado de uma fôlha, Osanyin evitou que seu poder fosse distribuído entre os irmãos, pois só ele conhecia o axé, "awo" de cada uma delas, e o segredo de pronunciar essas palavras de maneira a conservar o poder sobre elas. Com sua sabedoria, ate hoje Osanyin permanece o rei da floresta, sendo considerado o orixá da medicina.

Osanyin é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das fôlhas e dos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu do Orum (o céu Yoruba). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos das folhas, sem dúvida o elemento mais importante no candomblé. Nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua participação. É o detentor do Axé (força, poder e vitalidade).


Cada folha é dotada de certa virtude.Existe a folha da fortuna, da felicidade, da glória, da fecundidade, da alegria, da sorte, do frescor, da brandura, da paz, da longevidade, da coragem, das roupas, do corpo, dos pés etc., mas existe também a folha da miséria, das conversas indiscretas e outras ainda mais temíveis.Sob a forma de infusão, as folhas fazem parte dos banhos de purificação ou, mais exatamente, dos banhos destinados a estabelecer uma harmonia entre o corpo e o espírito.
Toda a medicina Yoruba se baseia, portanto, nos poderes de Osanyin sobre as fôlhas-remédio e em Obaoluwaye, o Deus que rege as doenças graves. Ambos os Orixás são muito temidos, porque também entre os Yorubas, o mesmo princípio que cura, mata.
Remédio e veneno são questão de grau.
Cor: verde escuro mesclado com contas brancas ou até mesmo rajadas de verde e branco (cor do "sangue" das folhas)
Dia da semana: quinta-feiraSímbolo: Haste de ferro de cuja extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro indicando seus poderes de cura e de magia.

Saudação: Ewê! Assa!
Personalidade dos filhos de Osanyin
Aspectos Positivos:
Poder de cura, raciocínio dedutivo, talento para pesquisa, solidários, inteligentes, misteriosos, constantes.P
essoas de caráter equilibrado, capaz de controlar seus sentimentos e emoções, defensor da natureza, porém sem julgar ou condenar. As simpatias e antipatias, jamais intervém em suas decisões ou influenciam em suas opiniões, são ótimos conhecedores de fôlhas.
Aspectos Negativos:
Misterioso. Especulativo, escrutinador, feiticeiro, inclinação para vícios.

Òsányín



Osanyin, divindade das fôlhas medicinais e liturgias.
Detentor do axé (força, poder, vitalidade). Dono do segredo "awo" das fôlhas "ewe".

Sua importância é tão fundamental, que nenhuma cerimônia pode ser feita sem a sua presença.
Osanyin era o filho caçula de Yemanjá e Oxalá e, desde pequeno, vivia no mato. Tinha uma habilidade especial para tratar qualquer doença, por isso viajava pelo mundo inteiro, sendo sempre recebido com carinho pelo rei de cada tribo.

Ele recebeu de Olodumaré o segredo "awo" das fôlhas; assim, sabia qual delas curava doenças, trazia vigor ou deixava as pessoas mais calmas.
Os outros orixás invejavam o irmão, pois não tinham esse poder e dependiam de Osanyin para ter sucesso. Ele cobrava por qualquer trabalho, aceitando mel, fumo e cachaça como pagamento pelas curas que realizava.

Sangô, que era temperamental, não admitia depender dos serviços de Osanyin, e por isso pediu a sua esposa Yansã (Oya), orixá que domina os ventos, para que as fôlhas voassem em direção a todos os orixás, para que cada qual exercesse domínio sobre uma delas. Em meio a ventania,

Osanyin repetia sem parar: "Ewe, ewe assa!", que significa "oh, folhas!". E com esse tipo de reza, embora cada orixá tenha se apossado de uma fôlha, Osanyin evitou que seu poder fosse distribuído entre os irmãos, pois só ele conhecia o axé, "awo" de cada uma delas, e o segredo de pronunciar essas palavras de maneira a conservar o poder sobre elas. Com sua sabedoria, ate hoje Osanyin permanece o rei da floresta, sendo considerado o orixá da medicina.

Osanyin é a energia mágico/curativa das folhas e por isso divinizada na forma do senhor das fôlhas e dos remédios. Seu interesse pela ciência tornou-o um solitário desde que desceu do Orum (o céu Yoruba). Embrenhou-se pelas florestas e vive para descobrir e se apoderar dos segredos mágicos das folhas, sem dúvida o elemento mais importante no candomblé. Nenhuma cerimônia pode ser realizada sem sua participação. É o detentor do Axé (força, poder e vitalidade).


Cada folha é dotada de certa virtude.Existe a folha da fortuna, da felicidade, da glória, da fecundidade, da alegria, da sorte, do frescor, da brandura, da paz, da longevidade, da coragem, das roupas, do corpo, dos pés etc., mas existe também a folha da miséria, das conversas indiscretas e outras ainda mais temíveis.Sob a forma de infusão, as folhas fazem parte dos banhos de purificação ou, mais exatamente, dos banhos destinados a estabelecer uma harmonia entre o corpo e o espírito.
Toda a medicina Yoruba se baseia, portanto, nos poderes de Osanyin sobre as fôlhas-remédio e em Obaoluwaye, o Deus que rege as doenças graves. Ambos os Orixás são muito temidos, porque também entre os Yorubas, o mesmo princípio que cura, mata.
Remédio e veneno são questão de grau.
Cor: verde escuro mesclado com contas brancas ou até mesmo rajadas de verde e branco (cor do "sangue" das folhas)
Dia da semana: quinta-feiraSímbolo: Haste de ferro de cuja extremidade superior partem sete pontas dirigidas para o alto. A do centro é encimada pela imagem de um pássaro indicando seus poderes de cura e de magia.

Saudação: Ewê! Assa!
Personalidade dos filhos de Osanyin
Aspectos Positivos:
Poder de cura, raciocínio dedutivo, talento para pesquisa, solidários, inteligentes, misteriosos, constantes.P
essoas de caráter equilibrado, capaz de controlar seus sentimentos e emoções, defensor da natureza, porém sem julgar ou condenar. As simpatias e antipatias, jamais intervém em suas decisões ou influenciam em suas opiniões, são ótimos conhecedores de fôlhas.
Aspectos Negativos:
Misterioso. Especulativo, escrutinador, feiticeiro, inclinação para vícios.

Sangó



Deus do raio, do trovão, da justiça e do fogo. É um orixá temido e respeitado, é viril e violento, porém justiceiro. Costuma se dizer que xangô castiga os mentirosos, os ladrões e malfeitores. Seu símbolo principal é o machado de dois gumes e a balança ,símbolo da justiça. Tudo que se refere a estudos, a justiça, demandas judiciais, ao direito, contratos, pertencem a xangô. Ambicioso, chega ao poder destronando seu meio irmão ajaka. Passa, então, a reinar com autoritarismo e tirania, não admitindo que sua atitudes fossem contestadas, o que possivelmente levou-o a cometer injustiças em suas decisões. Usa o poder do fogo como seu símbolo de respeito.
Galante e sedutor , desperta a paixão da divindade oya, uma de suas três esposas - as outras são oxum e obá -

Arquétipos:
Eloqüentes, sociáveis e bons ouvintes. Mas gostam sempre de dar a última palavra, mostrando que também são autoritários.
Contraditórios, são aristocráticos e libertinos; infiéis em seus relacionamentos, mas conseguem estabelecer amizades duradouras.
Volúveis, esquecem rapidamente as paixões passadas. Estão sempre envolvidos em novas aventuras. E a paixão atual é sempre a maior, a única, a verdadeira...

Lendas:
Xangô era rei de oyó, terra de seu pai; já sua mãe era da cidade de empê, no território de tapa. Por isso, ele não era considerado filho legitimo da cidade.
A cada comentário maldoso xangô cuspia fogo e soltava faiscas pelo nariz. Andava pelas ruas da cidade com seu oxé, um machado de duas pontas, que o tornava cada vez mais forte e astuto onde havia um roubo, o rei era chamado e, com seu olhar certeiro, encontrava o ladrão onde quer que estivesse.
Para continuar reinando xangô defendia com bravura sua cidade; chegou até a destronar o próprio irmão, dadá, de uma cidade vizinha para ampliar seu reino. Com o prestigio conquistado, xangô ergueu um palácio com cem colunas de bronze, no alto da cidade de kossô, para viver com suas três esposas: oyá ( yansã ) amiga e guerreira; oxum, coquete e faceira e obá, amorosa e prestativa.
Para prosseguir com suas conquistas, xangô pediu ao babalaô de oyó uma fórmula para aumentar seus poderes; este entregou-lhe uma caixinha de bronze, recomendando que só fosse aberta em caso de extrema necessidade de defesa. Curioso, xangô contou a yansã o ocorrido e ambos, não se contendo, abriram a caixa antes do tempo. Imediatamente começou a relampejar e trovejar; os raios destruíram o palácio e a cidade, matando toda a população. Não suportando tanta tristeza, xangô afundou terra adentro, retornando ao orun.

Oiyá

Oyà "Yansan", é à força dos ventos, dos furacões, das brisas que acalmam, das coisas que passam como o vento, dos amores efêmeros, sensuais, das tempestades que assolam a existência, mas não duram para sempre.

Oya ajudava Ogum na forja dos metais, soprando o fogo com o fole para avivá-lo mais e mais, e assim fabricarem mais ferramentas para trabalhar o mundo e armas para as guerras de que ambos tanto gostavam. Por seu temperamento livre e guerreiro, Oya era uma companheira perfeita para Ogum.

Diz o mito que Oya era tão linda que, para fugir ao assédio masculino, vestia-se com uma pele de búfalo e saía para a guerra. Que era amiga tão leal que foi ela a primeira a realizar uma cerimônia de encaminhamento da alma de um amigo caçador ao Orum (céu).
Oya não parava jamais.

Um dia em que Xangô foi visitar seu irmão Ogum e encomendar-lhe armas para a guerra, Oyà (também conhecida como Yansan) apaixonou-se por Xangô e partiu para viver com ele. A partir de então se tornou uma das três esposas de Xangô, e com ele reina e luta, enviando seus ventos para limpar o mundo e anunciar a chegada dos raios e trovões de seu amado.

A lealdade de Oyà, sua fidelidade e sua constante abnegação jamais faltaram a Xangô em momento algum de sua vida arrojada.Algumas vezes Oyà é também o vento mau, o turbilhão, o ciclone devastador.

Precede Xangô e carrega a tempestade em suas saias, enquanto o Orixá combate, lançando raios e pedras, cuspindo fogo pela boca. Oyà, embora seja tão revolucionária e corajosa nos combates, é muito mulher e gosta muito de sua casa. Passa anos sem sair dela e fica sossegada em seu canto.

Dia da semana: quarta-feira
Cor: marrom.
Símbolo: eruxin (rabo de cavalo, signo de poder Yoruba) e Ida (espada)
Comida: akara-jé.
Saudação: Eparrei Oya! (epa hei)

Personalidade dos Filhos de Oyà-Yansan.
Aspectos Positivos:
Honestos com modos seguros, deixando os outros em desvantagem. Em geral, são pessoas alegres, audaciosas, intrigantes, autoritárias, sensuais, e depreendidas.Sinceros, amigos, rápidos, ativos, trabalhadores, livres, lutadores, companheiros, diretos, objetivos, francos, sensuais, liberais. Pessoa extrovertida, franca, amante da natureza.
Revela ambição e temperamento forte. São guerreiras e comunicativas. Maníacos por viagens.


Aspectos Negativos:
Tagarelas, volúveis, não-maternais, assanhados, encrenqueiros,
tendem a ter depressão, inquietude e ciúmes em excesso.

Ogun


O orixá Ogun é um dos mais amados na cultura ioruba. Em primeiro lugar porque ele foi o primeiro ferreiro. Como ele foi quem descobriu a fundição, inventou todas as ferramentas que existem. Portanto é o patrono da tecnologia e da própria cultura, pois sem as ferramentas nada mais poderia ser inventado, e até mesmo plantar em grandes extensões seria extremamente difícil.
Tendo inventado as ferramentas, com a foice ele abriu os primeiros caminhos para o resto do mundo, o que dá a ele o poder de abri-los ou fecha-los. Com a faca Ogum fez o primeiro sacrifício ritual, por isso sempre é louvado primeiro durante estes sacrifícios e sua invenção da faca. Com o ancinho ele arou terras e plantou, com a tesoura cortou peles e inventou os abrigos. Com o machado cortou árvores para construir abrigos, com o martelo pôde unir com pregos os troncos . Com a cunha pôde levantar grandes pesos e assim aconteceu de Ogum, com a espada guerrear e conquistar territórios para seu povo. Ele no entanto não quis ser rei, pois preferia os desafios ao poder. Continuou lutando e inventando para sempre. Hoje em dia diz-se que os computadores são de Ogun e de Ogun são também todos os analistas de sistemas.
A guerra é de Ogun, cujo nome significa exatamente guerra. Como Ogun nunca se cansa de lutar, costuma-se chamar por sua ajuda em situações em que é extremamente difícil continuar lutando ou quando o inimigo é extremamente forte.
Não se deve invocar Ogun a toa, pois seu gênio é extremamente violento, e diz um oriki que ele mata o injusto e o justo, o ladrão e o dono da casa roubada (porque permitiu que acontecesse) ou seja: não brincar com este orixá que não perdoa.
Lendas:

Após retornar de suas batalhas vitoriosas e depois de numerosos anos ausentes. Ogun decidiu voltar a Irê (primeira cidade construída e sob governo de seu filho) quando chegou teve a impressão que ninguém o reconhecia, tentou conversar com seus súditos e foi ignorado. Ogun cuja paciência é pequena, enfureceu-se com o silêncio geral, por ele considerado ofensivo. Começou a quebrar com golpes de sabre os potes e, logo depois, sem poder se conter, passou a cortar as cabeças das pessoas mais próximas, até que seu filho apareceu, oferecendo-lhe as suas comidas prediletas. Quando seu filho lembrou-o que este dia era sagrado e as pessoas não podiam falar por ordem do próprio Ogun. Ogun então lamentou seus atos de violência e declarou que já vivera bastante. Baixou a ponta de seu sabre em direção ao chão e desapareceu pela terra adentro com uma barulheira assustadora. Porém antes de desaparecer pronunciou algumas palavras. Palavras ditas por nós, filhos de ogun para aclamarmos sua defesa. Caso estejamos em perigo.
Arquétipos:
Aspectos positivos:
Impetuosos, cautelosos, trabalhadores; são como soldados que vão sempre em frente, arriscando-se para atingir um objetivo, são sinceros e francos e quando são amigos é pra valer; defendem seus amigos com unhas e dentes sem pensar duas vezes.
Aspectos negativos:
Autoritários, desconfiados, briguentos e impulsivas, não perdoam a uma ofensa, são arrogantes, não medem as palavras e ofendem sem querer, pela sua maneira oras bruta de ser dizem o que sentem.

ESÙ

Esù , é o senhor dos caminhos, caminhos que levam e trazem e fazem as pessoas se encontrarem ou distanciarem-se. É quem faz com que os ritos sejam cumpridos, principal responsável pela ligação do mundo espiritual ao mundo material,( orun- ayé).
Entre dois caminhos lá está ele guardando, indicando. Não se faz nada pelo candomblé antes de agradar Esù, pois é o único orixá que faz o elo de ligação entre nós e os demais orixás.

Esù é um orixá tão importante quanto todos os outros orixás. Por ser mais ligado com o mundo terrestre, possui certos costumes e temperamentos parecidos com os dos seres humanos.
Esù é erradamente sincretizado pelo diabo cristão.
Por ser um orixá que cuida dos caminhos onde percorrem homens, orixás, espíritos, etc. E sendo o elo de ligação entre esses mundos, ele possui múltiplos contraditórios, sendo bom e mau, astuto, grosseiro, indecente, protetor, alegre, brincalhão, violento, etc. Ou seja, é o orixá mais humanizado do panteão, pois em seus arquétipos incluem-se as impurezas causadas ou existente nos homens.
Devido a esses aspectos, foi sincretizado pelos primeiros missionários, com o diabo cristão.

Arquétipos:
Os filhos de Esù possuem um caráter imprevisível ora são bravos, intrigantes e ficam muito contrariados, ora são pessoas inteligentes e compreensivas com os problemas dos outros.
Não aceitam derrotas, são melindrosos, de temperamento difícil. Se você tiver desentendimento com algum filho de Esù, aguarde que haverá retorno.
Seus filhos precisam estar sempre em atividade para poderem liberar toda energia que possuem.
Possuem muita tendência à espiritualidade; são fiéis fervorosos que esbanjam fé...

Lendas:
Todos os orixás possuem muitas lendas, passadas de boca em boca durante milhares de anos. Citamos aqui duas lendas referentes a exú/bará.
Uma mulher que esqueceu de alimentar Esù. Se encontra no mercado vendendo os seus produtos. Exú põe fogo na sua casa, ela corre prá lá, abandonando seu negócio. A mulher chega tarde, a casa está queimada e, durante esse tempo, um ladrão levou suas mercadorias.
Nada disso teria acontecido - se tivesse feito a exú as oferendas e os sacrifícios usuais ou em primeiro lugar.
Um dia, Osalà cansado de ser zombado e trapaceado por Esù, pois Osalà era muito orgulhoso e geralmente não agradava exú por ser um orixá mais velho. Decidiu combater Esù para ver quem era o orixá mais forte e respeitado. E foi aí que oxalá provou a sua superioridade, pois durante o combate, oxalá apoderou-se da cabaça de Esù a qual continha o seu poder mágico, transformando-o assim em seu servo.
Foi desde então que Osalà permitiu que Esù recebesse todas as oferendas e sacrifícios em primeiro lugar...

OSUMARÉ


Dan, Osumare"a serpente celeste"é um Vodun originário da região de Mahi. É representado na forma da serpente arco-irís e suas funções não são fáceis de definir, pois elas são múltiplas.
O exótico e o mistério são os seus domínios. Tudo nele é repetitivo, variando apenas as formas, como no ciclo da chuva: a água que evapora, retorna como chuva. Ou como no universo dos corpos celestes, onde a lua, o sol, a terra e os demais astros e planetas executam os seus movimentos com metodicidade harmoniosa.
No ciclo "vida e morte", ele também está presente; e seu símbolo mais forte é o da cobra mordendo a própria cauda, numa atitude que representa o ciclo vital: vida, morte e renascimento.
Ele sustenta a terra e a impede de desintegrar-se. É a riqueza e a fortuna.
A marca mais evidente de Oxumaré é o arco-íris, de quem é senhor.
Arquétipos:
São persistentes e pacientes, não medindo esforços para atingirem seus objetivos. São generosos ou avaros, conforme a situação econômica em que se encontram. Agitados e observadores, procuram constantemente o equilíbrio e a harmonia. Suas grandes forças são a eloqüência e a inteligência, armas que usam com muita habilidade em situação de ataque ou defesa.
Lendas:
Nanã, obcecada pela idéia de ter um filho de Oxalá, concebeu o primogênito Obaoluwaiye que, por sua terrível aparência, foi desprezado por ela. Nanã consultou Ifá, e este orixá lhe disse que, numa segunda tentativa, ela daria a luz a um filho lindíssimo, tão formoso quanto o arco-íris. No entanto, preveniu-a sobre o fato que a criança jamais ficaria a seu lado.
Seu sonho parecia realizado até o momento do parto, quando deu a luz a um estranho ser que recebeu o nome de Oxumaré. Durante seis meses a criatura tomava a forma de arco-íris,
cuja função era levar a água para o castelo de Oxalá, que morava em Orun ( no céu ). Depois de cumprida a tarefa, ele voltava a terra por outro seis meses, assumindo a forma de uma cobra. Com essa aparência, ao morder a própria cauda, dando a volta em torno da terra, ele teria gerado o movimento de rotação, bem como o transito dos astros no espaço.
É um orixá que representa polaridades contrarias, o bem e o mal, a chuva e o tempo bom, o dia e a noite, respectivamente, através das formas do arco-íris e serpente.

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